Campanha “Aeroporto Já: Para o desenvolvimento decolar” fez um ano neste mês. Foram 12 meses de promessas de reinício, laudos técnicos, maquinas sendo trazidas para o pátio do aeroporto, viagem para encontros políticos, mas, a população não teve resposta sobre quais os motivos que entravam a conclusão da obra. Até hoje a pista do aeroporto continua imprópria para pousos e decolagens.
“Aeroporto Já”
Em agosto de 2014 – a estagnação das obras do aeroporto já preocupava as lideranças locais, e, na tentativa de buscar soluções, realizaram coletiva de imprensa, panfletagens e publicações em jornais. O Objetivo era expor as consequências negativas que o isolamento aéreo vivenciado por Santo Ângelo poderia causar para o desenvolvimento social da cidade e região. Pessoas ligadas os setores da saúde, educação, turismo, política e empresarial trouxeram para o debate público as questões que impactariam no isolamento aéreo.
Consequências
do Isolamento
Entre os problemas detalhados na época em que a campanha foi iniciada é possível destacar:
Educação – Seminários e encontros de formação seriam prejudicados pela impossibilidade de trânsito de palestrantes, tanto aqueles que levam o conhecimento produzido nas missões, quanto professores que trazem o conhecimento de outras regiões do Brasil. Segundo os diretores de instituições de ensino, não há tempo hábil de deslocamento quando o evento é distante. Na área da saúde o isolamento aéreo não permite a doação de órgãos, impede ou atrasa reparos em equipamentos hospitalares, que em geral são realizados por técnicos especializados, vindos de outros locais do país.
Turismo – O estudo da SAC, divulgado esta semana, mostra que 49,2% do total de passageiros viaja por motivo de trabalho e estudo e 45,3% embarca para atividades de lazer. Significa dizer que quase metade dos viajantes de avião o fazem pelo turismo. As rotas mais requisitadas atualmente são: 1ª – São Paulo–Rio de Janeiro, 2ª – Brasília–São Paulo e 3ª – São Paulo–Salvador, segundo a pesquisa.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil, há 2.218 aeroportos e aeródromos registrados, embora parte deles não receba aviões de grande porte. O governo já investiu R$ 15,6 bilhões em aeroportos entre 2011 e 2015 – e há investimentos previstos para boa parte deles. Santo Ângelo é considerado local estratégico para o turismo nas Missões e está no palnao nacional de ampliação dos aeroportos. No entanto, o estado e a cidade não conseguem transformar estas verbas e recursos disponíveis, em obra.
Negócios – Na época os empresários Douglas Winter, Wilson Luiz Pippi Junior, Rodrigo Zucco e Henrique Weinert e apoiados pela Acisa – Associação Comercial Industrial de Santo Ângelo, CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Santo Ângelo e Sindilojas Missões, foram os protagonistas da campanha lançada em 9 de agosto de 2014. “Aeroporto já” tinha a finalidade de pressionar a opinião pública e política para a necessidade de concluir o mais rápido possível as obras do aeroporto. Os empresários foram unânimes em afirmar que é impossível continuar avançando sem romper a barreira imposta pela falta de transporte aéreo, pois Santo Ângelo está no centro de organizações como AMM – Associação dos Municípios das Missões que abarca 25 municípios entre outras entidades de representação regional.
Cena do próximo capítulo
Novos encontros e viagens continuam sendo realizadas na tentativa de buscar soluções políticas para o caso. A história de paralização das obras do aeroporto teve mais um capítulo nesta semana. Na última terça-feira, dia 20, na Assembleia Legislativa do Estado os vereadores Pedro Waszkiewicz, André Marques, Vinícius Makvitz acompanhados do Deputado Estadual Adroaldo Loureiro entregaram um documento ao Ministro-Chefe da Secretaria da Aviação Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha. Segundo a assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores o relatório detalha informações sobre a atual situação das obras no local.
Segundo destacou o Vereador André Marques, o prazo para entrega da obra do aeroporto é dezembro, mas levando em consideração o estágio atual dos trabalhos não é possível crer que seja possível. Os vereadores querem a intervenção da União no sentido de dar um basta às prorrogações da empreiteira e, assim, permitir o prosseguimento e a conclusão das obras.
A pergunta continua sem resposta e a novela da obra parece não ter fim: Se existe verba disponível, porque a obra não é concluída?
Perfil dos brasileiros que voam
A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República divulgou nesta quinta-feira, dia 22, a pesquisa O Brasil que voa – Perfil dos Passageiros, Aeroportos e Rotas do Brasil, o mais completo levantamento sobre transporte aéreo de passageiros já realizado no País. Mais de 150 mil passageiros, ouvidos durante 2014 nos 65 aeroportos responsáveis por 98% da movimentação aérea do País, revelaram um perfil inédito do setor. Agora é possível saber quem são eles, quais as principais rotas que utilizam, quais as rotas que desejam ver implantadas e quais são os municípios influenciados por cada um desses 65 aeroportos.
A pesquisa, feita em parceria com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), confirma que a democratização do transporte aéreo, o mais utilizado hoje pela população, é uma realidade. No ano passado, pelo menos metade dos passageiros, 45% deles, ganhava entre dois e dez salários mínimos – 6,1%, dois; 17,2%, entre dois e cinco; e 21,7%, entre cinco e dez. Enquanto o número de passageiros cresceu 170% entre 2004 e 2014, o preço das passagens caiu 48% no mesmo período.
