Descobrimos esta semana mais um novo termo a ser acrescentado no vocabulário nacional: a ‘empurroterapia’. Foi assim que uma farmacêutica de Santo Ângelo referiu-se ao se pronunciar a respeito da nova medida do Conselho Federal de Farmácia, que autorizou aos farmacêuticos a prescrever medicamentos que não exijam receita médica para a população. Entre os medicamentos estão analgésicos, antitérmicos e fitoterápicos.
O Conselho Federal de Medicina já se posicionou contrário à medida, e anunciou que vai recorrer judicialmente da decisão. No país todo as opiniões se dividem, e tem gente que aproveita o embalo para ganhar alguns trocados em cima das discussões: as redes de farmácias acusam que a medida é para privilegiar os chamados ‘alpinistas’ medicinais. E são unânimes em afirmar que a grande maioria dos farmacêuticos é contrário a resolução.
Entre a camada da população mais afetada, que são os consumidores, existe uma divisão de percentual: enquanto quase metade defende que a população brasileira está acostumada a se automedicar e que, entre um e outro, é preferível que o farmacêutico receite um antitérmico do que a pessoa comprar por conta o que julgar ser conveniente; a outra metade diz que não pode ser assim – e que é melhor não adquirir nada sem consulta ao profissional.
No campo da medicina existe a unanimidade na afirmativa de que a capacitada para salvar uma vida passa pelo diagnóstico preciso, o acompanhamento médico e laboratorial, e, principalmente, o receitar o medicamento de acordo com o diagnóstico atualizado do paciente.
Enquanto se discute quem está com a razão, e os tribunais decidem o que fazer no futuro, está aberta a temporada da ‘empurroterapia’. Vai um antitérmico ai?