Violência contra a pessoa idosa: Uma realidade pouco comentada

Dados estaduais e municipais sobre idosos ajudam compreender uma das faces da vulnerabilidade social que muitos idosos vivem, tanto em Santo Ângelo, quanto em outras cidades do Rio...

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Violência Contra o Idoso (Copy)

O Dia Internacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa é 15 de junho. Conforme a última atualização do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), realizado em maio deste ano, foram registrados no Rio Grande do Sul 1.192 casos de violência contra a pessoa idosa.

O município com maior número de ocorrências no período foi Passo Fundo, com 141 casos. Foram registradas com maior frequência violência física, violência autoprovocada, abandono/negligência e violência psicológica.

O Mensageiro iniciou em 10 de junho a série “Organizações solidárias” na qual mostramos a realidade administrativa das Instituições de Longa Permanência destinadas a acolher idosos na cidade de Santo Ângelo. Nos três lares e retiros pesquisados moram 97 idosos, em geral, pessoas fragilizadas pela idade e por questões de saúde.

Este contexto também revela que 30% das vagas nestes locais de acolhimento, são preenchidas por idosos em vulnerabilidade social.

Algumas das principais características que marcam o estado de vulnerabilidade social são as condições precárias de moradia e saneamento, os meios de subsistência inexistentes e a ausência de um ambiente familiar, por exemplo.
Violência contra o idoso

No enfrentamento à violência é importante destacar outros abusos cometidos contra essa população, como desvalorização: considerar a pessoa idosa inútil ou um peso; tripudiar: achar graça das dificuldades em realizar atividades de vida diária; apropriar-se de bens e dinheiro: considerar que o idoso não precisa de seu próprio dinheiro, devendo fornecer o que recebe à família.

A assistente social Priscilla Lunardelli, do Departamento de Ações em Saúde (DAS), alerta que a situação de distanciamento social pode ampliar a violência doméstica contra as pessoas idosas porque aumenta a convivência com seus familiares. “Estatisticamente, a maioria dos agressores de pessoas idosas são filhos e netos”, lamenta.

Outro aspecto é que as pessoas idosas fazem parte dos grupos mais suscetíveis ao desenvolvimento de quadros respiratórios graves que podem levar a resultados fatais ao se infectar com o novo coronavírus. Logo no início da pandemia, a Secretaria da Saúde emitiu uma nota informativa com recomendações de prevenção e controle de infecções a serem adotadas nas Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI).

Com relação à convivência social, Priscilla afirma, também, que “as restrições totais de visitas e atendimentos eletivos em instituições de idosos podem ser vividas como experiências muito violentas e de grande apartação social”.

No caso do enfrentamento à violência, o período da pandemia não suspende nenhum direito a que são signatárias as pessoas idosas, por isso a assistente social reforça a importância dos trechos do Estatuto do Idoso. Priscilla lembra que todos os direitos das pessoas idosas estão vigentes.

“Durante a pandemia de coronavírus os órgãos de atendimento ao idoso como delegacia, Ministério Público e Conselho do Idoso seguem funcionando, embora com algumas adaptações”. Ela destaca que em caso de suspeita de violência contra um idoso qualquer pessoa pode ligar para o número 100, anonimamente, e relatar a situação.

Com informações da Ascom SES

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