Resíduos de madeira são reaproveitados por jovens que cumprem medidas socioeducativas no CEDEDICA Semiliberdade em Santo Ângelo, eles fabricam móveis e utilitários domésticos no projeto “Vivendo e Aprendendo”.
A iniciativa iniciou em julho de 2016 e no primeiro semestre deste ano um agente sócio educador foi destacado exclusivamente para potencializar a oficina.
Rodrigo Santos coordena o trabalho de marcenaria e carpintaria com o qual, cerca de 15 jovens que buscam ocupação útil nas horas livres, desenvolvem habilidades e transformam material descartado em artigos únicos e úteis.
A confecção dos móveis rústicos reverte em renda para os participantes e também para compor o mobiliário da própria casa que é usada no sistema de semiliberdade, onde temporariamente moram e cumprem a medida.
Rodrigo Santos entende que o projeto colabora com o desenvolvimento da paciência, criatividade, senso estético e noções de ecologia, pois evita que estes materiais sejam descartados na natureza em demorados processos de decomposição.
A iniciação profissional é outro benefício do projeto, pois pode reverter em fonte de renda diante de uma população que está aprendendo a valorizar este tipo de trabalho. Estes jovens fazem parte da comarca do juizado regional de Santo Ângelo, que compreende 86 municípios.
Estão em processo de ressocialização e são atendidos no sistema de semiliberdade depois que já cumpriram tempo de internação no CASE – Centro de Atendimento Socioeducativo, mas também em medida inicial, conduzidos pelo Juizado para uma medida sócio educativa mais branda.
CEDEDICA E A SEMILIBERDADE DE JOVENS
O CEDEDICA é uma organização não governamental que, entre outras atividades, coordena a Semiliberdade de Santo Ângelo, através de Convênio com a FASE/RS, por isso mantém a estrutura do CAS – Centro de Atendimento de Semiliberdades com capacidade de atender 20 jovens. O CAS Conta com uma equipe técnica interdisciplinar de 17 pessoas, profissionais das áreas de enfermagem, saúde, educação, psicologia, serviço social e jurídica, além de coordenação técnica e administrativa.
Os jovens estudam regularmente, tem oportunidade de participar do programa Menor Aprendiz do CIEE – Centro de Integração Empresa – Escola. A coordenadora técnica Vanderleia Silva explica que a oficina surgiu para ocupar os jovens nos momentos em que não estavam realizando nenhuma atividade produtiva, tendo em vista que a maioria também está integrada em outros programas, destacando que dois jovens do sistema conquistaram vaga no ensino superior através do ENEM.
No entendimento da ONG, a semiliberdade permite uma maior e mais rápida integração social, uma vez que o adolescente se utiliza da rede de atendimento, escolas e recursos oferecidos pela comunidade, conforme plano de atendimento individual, o que exige autonomia e responsabilidade por parte do jovem que deve buscar a profissionalização e estudos durante a execução da medida.