Mudas de erva mate, araucárias, frutíferas nativas e até sementes de paubrasil foram plantadas na área da aldeia Guarani Yancã Jú, localizada no Distrito de Buriti em Santo Ângelo. Na tarde de segunda feira, dia 21, Cacique Anildo “abriu as portas da aldeia” para a concretização de uma ideia que foi concebida durante um curso de cultivo e manejo de ervais realizado em Santo Ângelo no mês de julho, o qual ele também participou das atividades. José Roberto, sócio da agência de turismo Caminho das Missões, sugestionou a ação que foi abraçada pelos demais participantes do curso.
Ilex paraguariensis
As 100 mudas de Ilex paraguariensis transplantadas foram doadas pela Ibramate – Instituto Brasileiro Da Erva Mate, mas também foram plantadas araucárias doadas pela ARFOM – Associação de Reflorestamento. As demais mudas de frutíferas nativas e sementes crioulas de milho foram doadas pelo IF Farroupilha, além disso, sementes de Pau Brasil entre outras espécies foram entregues ao cacique para posterior plantio.
Agradecimento da aldeia
O coral guarani agradeceu com uma música a ação conjunta de plantio. Cacique Anildo se dirigiu de modo especial ao Procurador da República Osmar Veronese reconhecendo que as iniciativas que estão sendo feitas valorizam os guaranis e são fruto de um olhar diferente, mais humano, lembrando que embora sejamos diferentes, fazemos parte de uma grande nação. Em outras palavras Anildo expressou que os pés de erva mate levados para aldeia valorizam a história do seu povo e são um motivo de orgulho para os guaranis que tinham o hábito de tomar o mate antes da chegada dos Jesuítas nas Missões.
Ka’ay
A expectativa do Cacique é iniciar a poda da erva em cinco anos. A forma de sorver o chimarrão dos guaranis é semelhante a nossa, usa-se um porongo, água quente e um bambu para o preparo e tomar a bebida.
A área de terra onde os Guaranis estão construindo uma nova história tem cerca de 15 ha. As famílias guaranis estão naquele espaço desde janeiro de 2016, quando uma ação conjunta entre Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho viabilizou recursos para a compra das terras. A proposta já foi concebida para o resgate da identidade destes povos, preexistentes a colonização europeia nesta região, dos quais, herdamos o hábito do chimarrão, que na cultura e linguagem dos Guaranis se chama Ka’ay.
Na época (2015), previa-se o assentamento de 10 famílias, de modo que devolvesse a eles a dignidade e meios de buscar a sustentabilidade financeira das famílias e a geração de trabalho e de renda.
A restituição daquele espaço foi concebido justamente com a finalidade de resgate das origens guaranis da região, cuja história tem ligações com a erva mate, entre outras pessoas, participaram da ação de plantio representantes do IF Farroupilha, ARFOM – Associação de Reflorestamento, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Comdema – Conselho Municipal do Meio Ambiente, Escoteiros Medianeira, secretarias do Meio Ambiente, Cultura, Agricultura e Turismo.