A memória recente do transporte ferroviário em Santo Ângelo está sendo apagada com a destruição do “novo terminal ferroviário”. Inaugurado em 30 de setembro de 1969, localizado no Bairro São Pedro, foi ativado na época em que a linha ferroviária de Santo Ângelo foi unida a Cerro Largo. Depois desta data, foi desativada a estação que ficava no centro de Santo Ângelo.
Nesta edificação da foto funcionava o escritório de coordenação dos serviços de via permanente e a gerência dos serviços de conservação dos trilhos. Naquela mesma área há uma outra edificação onde ficava o almoxarifado e depósito de encomendas transportadas.
Anael Rodrigues que trabalhou como operador na R.F.F.S.A relata que mercadorias de todos os tipos eram transportadas. “Tudo que um caminhão transporta os trens transportam também, exceto mercadorias que exigissem acondicionamento térmico para transporte”. O operador faz o seguinte raciocínio ao comparar com os caminhões, “enquanto uma carreta transporta 25 toneladas e consome 4 litros de diesel por km, uma locomotiva consome 8 litros de diesel por km e transporta 50 vagões de 52 toneladas”.
No período mais intenso, havia transporte de areia de Cacequi para cá e de cimento que vinha de outras regiões do país. Daqui para fora eram transportados grãos das safras agrícolas, principalmente o soja. Eram três a quatro formação de vagões por dia, ou até mais, no forte da safra, conclui Anael Rodrigues.
Segundo Ralph Mennucci Giesbrecht estudioso das ferrovias no Brasil nos anos 69 a 75 o terminal foi administrado pela Viação Férrea do Rio Grande do Sul (mais conhecida como VFRGS). No ano de 1975 a 1998 este local estava sob a responsabilidade administrativa da RFFSA – Rede Ferroviária Federal SA. Uma sociedade de economia mista integrante da Administração Indireta do Governo Federal, vinculada funcionalmente ao Ministério dos Transportes.