Leite entregue a R$ 0,95 desanima os produtores do município

A flutuação do mercado está provocando desânimo nos produtores de leite, nos últimos meses. O preço pago ao produtor está 30% mais baixo e o custo de produção...

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Produção leiteira (1)

 

 

 

“Não desisto da produção de leite de teimoso” disse Nataniel Barichello morador da localidade de Barra de São João, interior de Santo Ângelo. Em menos de três meses o produtor viu o seu lucro despencar e afirma que o atual preço pago pelo litro de leite não cobre os custos de produção. A indústria está pagando 30% menos do que pagava meses atrás. “Cheguei a receber R$ 1,70 pelo litro do leite e agora estão pagando só R$ 0,95. Como é que vamos trabalhar deste jeito? Se colocar na ponta do lápis, eu desisto, muitos vizinhos aqui na Barra do São João já desistiram”, disse o produtor.

“Não desisto da produção de leite de teimoso” disse Nataniel Barichello morador da localidade de Barra de São João, interior de Santo Ângelo. Em menos de três meses o produtor viu o seu lucro despencar e afirma que o atual preço pago pelo litro de leite não cobre os custos de produção. A indústria está pagando 30% menos do que pagava meses atrás. “Cheguei a receber R$ 1,70 pelo litro do leite e agora estão pagando só R$ 0,95. Como é que vamos trabalhar deste jeito? Se colocar na ponta do lápis, eu desisto, muitos vizinhos aqui na Barra do São João já desistiram”, disse o produtor.
Nataniel Barichello é jovem e trabalha com o pai na zona rural de Santo Ângelo. Toca os negócios da família e mantem-se no interior investindo na produção de leite, porém a propriedade de 8 ha não comporta a produção de pasto, milho para ciclagem entre outros ingredientes que ele usa para fabricar a ração das vacas de leite. A saída foi o arrendamento e muito trabalho para continuar na atividade e a despesa não comprometer o ganho.
O jovem lamenta que o lucro obtido com a escala de produção que consegue trabalhar não é possível investir em vacas com genética apropriada. Optou por um trabalho com vacas mais rusticas sem qualificar o plantel para obter mais produtividade. Contudo amarga a crise no mercado de leite e está preocupado com o futuro da produção.

Produção leiteira

 

São apontadas como vilãs da produção leiteira

-Preço do diesel e dos insumos em geral,
-Queda do consumo de leite pela população,
-Concorrência do leite em pó importado do Uruguai
-Falta de legislação adequada para garantir o faturamento do produtor
-Condições das estradas do interior
-Falta de sucessão familiar, entre outros fatores.

Brasil fecha o mercado para o Uruguai

O Ministro da Agricultura Blairo Maggi reconhece que os custos da produção de leite no Brasil são maiores que em países vizinhos como o Uruguai, diante da falta de competitividade anunciou decisão de suspender a importação do leite uruguaio. Blairo disse em entrevistas a imprensa nacional que há suspeitas de que o País vizinho compre o leite de terceiros para vender ao Brasil. Uma comitiva brasileira vai ao Uruguai para averiguar a situação.
O Presidente Uruguaio, Tabaré Vasquez, conversou por telefone com Michel Temer e negou que esteja ocorrendo triangulação comercial para fornecer leite. Diante do impasse, uma comitiva do MAPA – Ministério da Agricultura foi até a Montevideo para tratar do caso.
Em postagem feita na quinta-feira, dia 19, na página do Facebook do Ministro, comunicou que recebeu em seu gabinete em Brasília parlamentares do PT. Disse o ministro “Eles trouxeram um conjunto de propostas de ações que consideradas fundamentais para resolver a crise do setor. Também pediram a revisão de todos os acordos internacionais de importação de leite, a retomada da política de compra do leite, a liberação de recursos para capital de giro para cooperativas da agricultura familiar e empresas do setor e campanhas de incentivo ao consumo de lácteos.
Vamos analisar as solicitações, mas uma demanda foi consenso na reunião: a regulação do mercado por meio do preço mínimo, como já é praticado com produtos como soja e milho. A Companhia Nacional de Abastecimento – Conab pode e deve fazer isso, mas precisa de recursos para essa ação. Esse recurso deve ser liberado do MDSA para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O pleito deve seguir para o ministro Terra. Como falei, estamos atentos à situação e às dificuldades do pequeno produtor de leite. São 1,3 milhões de famílias que vivem da atividade. Não podemos ignorar isso! Por isso, e diante as denúncias, fechei o mercado para o Uruguai. Estamos discutindo as melhores políticas para resolver tudo de forma efetiva”.

Produção leiteira (4)

 

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