O projeto de construção de biodigestores é coordenado pela ONG – Diaconia e também está presente em outros seis estados brasileiros. No Rio Grande do Sul ganha a parceria da FETAG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura. No município está sendo executado sob a supervisão da Associação Sepé Tiaraju, que é composta por lideranças de sindicatos rurais desta região.
A Diaconia contou com o apoio do Fundo Socioambiental Caixa e os pequenos produtores rurais, não tiveram custos com a construção e instalaçãos dos Biodigestores, terão apenas que realizar a manutenção do processo. Os materiais utilizados para construir o sistema são considerados de baixo custo, atendendo conceitos de sustentabilidade: “ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável”.
A assistente social da Associação Sepé Tiaraju, Marília Dornelles, afirma que é necessário o esterco de apenas duas vacas para gerar a quantidade suficiente para o Casal Ademir e Romi Friske, moradores do Distrito União. O casal possui sete vacas de leite e foi uma das famílias contempladas com o projeto. No horário da visita, o casal não foi encontrado, fomos recebidos por Armindo Friske, pai de Ademir que há 54 anos chegou naquelas terras. Ele está ansioso para ver o funcionamento, “ninguém tem algo parecido na região” afirmou Armindo que acredita no sucesso da “engenhoca”.
O Biodigestor é composto por três elementos principais, um local onde o esterco fresco é misturado, meio a meio, com água e depois desce por gravidade até o tanque de fermentação e estocagem do gás. Por último os resíduos são coletados em um terceiro elemento onde o esterco já está processado e pode ser utilizado para adubar a plantação.
Saiba mais
Os(as) agricultores(as) podem abastecer o biodigestor no inicio da manhã, logo após a ordenha. Se houver alta insolação, calor e pouca chuva – a fermentação é eficiente, e já no fim da manhã há forte produção acumulada de biogás que permite o cozimento.
O biogás por ser extremamente inflamável, oferece condições para diferentes usos. O principal deles, neste projeto, é o uso nos fogões domésticos para cozinhar. Entretanto o biogás pode também ser utilizado em lampiões, motores de combustão interna à gasolina e álcool, geladeiras à gás, e muitos outros usos.
Um bom manejo do biodigestor e seus produtos permite uma ciclagem eficiente de nutrientes, fazendo retornar ao solo o “adubo” que foi absorvido pelas plantas forrageiras e que virou esterco através da alimentação do gado.
Depois de passar pelo biodigestor, o esterco vira novamente fertilizante e ganha mais qualidade para aplicação do que o esterco “vivo” do curral.
Além disso o biofertilizante facilita a absorção dos nutrientes pelas plantas.