Sábado 25/02/2012

Seu Orlando Em sua última passagem terrena, o “seu” Orlando tinha na certidão de nascimento o nome de Arvando Beck. Pouquíssimos sabiam seu verdadeiro nome. O morador humilde...

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Seu Orlando

Em sua última passagem terrena, o “seu” Orlando tinha na certidão de nascimento o nome de Arvando Beck. Pouquíssimos sabiam seu verdadeiro nome. O morador humilde do Bairro Haller ficou conhecido apenas como “seu” Orlando. De compleição franzina, ele se alimentava com o mínimo indispensável, quase nada de carne. Quando o conheci, ele fumava diariamente, mas de repente parou por completo, reconhecendo o tabagismo como hábito (ou vício) prejudicial ao organismo humano. Ele também apostava na loteria esportiva, valendo-se dos préstimos do sargento Riograndense Murillo. Lá pelas tantas, desistiu de apostar, dizendo-nos que muitos resultados eram manipulados.

Outro dia, falei nele no rádio, recordando sua imensa disposição de ajudar o semelhante. Ele não era espírita, não tinha religião definida, mas benzia e dava remédios para quem o procurava, sem nenhuma preocupação de recompensa financeira ou de qualquer espécie. O coronel Jandir Verri, maranhense que veio servir em Santo Ângelo, tornou-se grande amigo do “seu” Orlando e até mandou construir casinha de madeira para uso exclusivo dos benzimentos. Amigo que acompanhava minha intervenção no rádio e não esquece o humilde médium de cura, me mandou e-mail contando que viu o “seu” Orlando repelir oferta financeira de consulente agradecido por surpreendente melhora.

Muitas famílias buscavam o benzimento daquele homem de poucas palavras, exemplo de modéstia e devotamento ao próximo, completamente desapegado de bens materiais. O escrivão judicial Wilson Marchionatti visitava assiduamente a casinha do “seu” Orlando para conversar, tomar mate e se benzer, como eu também fazia. Meus filhos André Luís e Alessandra foram benzidos por ele desde as primeiras semanas da oportunidade reencarnatória. Outro que admirava aquele homem distante dos holofotes era o médico Rolando Stümpfle. Pois coube ao dr.Rolando dar toda a assistência médica ao “seu” Orlando na etapa final da última vivência terrena, sem nenhuma retribuição financeira. Apagado no cenário terreno, mas com muita luz na vida espiritual, “seu” Orlando é nome que merece ser lembrado com respeito pelos santo-angelenses, mesmo por aqueles que não tiveram a felicidade de conhecê-lo. Bem que o vereador Fernando Diel poderia encaminhar projeto de lei dando o nome de Orlando Beck a uma via pública do Bairro Haller. Com certeza, a aprovação seria unânime.

A FRASE DO CHICO XAVIER – Os espíritos amigos sempre mostram disposição de nos auxiliar, mas é preciso que, pelo menos, lhes ofereçamos uma base…

pintojung@terra.com.br

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