C’est La Vie (É a vida)

Aos 88 anos Antonio Carlos Rousselet terminou de escrever o seu terceiro livro: “Santo Ângelo que eu conheci, volume II: C’est La Vie (É a vida)”

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Antonio Carlos Rousselet
Antonio Carlos Rousselet

Antonio Carlos Rousselet completou 88 anos no dia 24 de setembro. Podemos defini-lo como um apaixonado pela movimentação econômica, social e política que compôs a história recente de Santo Ângelo. Tempo suficiente para conviver e admirar peculiares personalidades, experiência de vida que permitiu acompanhar a constituição territorial e cultural desta jovem cidade chamada Santo Ângelo (com 142 anos). Rousselet ainda usa o papel e a caneta para compartilhar suas memórias e já compilou um conjunto de histórias que devem originar o livro: “Santo Ângelo que eu conheci, volume II: C’est La Vie (É a vida)”.
No livro que deve ser impresso na primeira quinzena de novembro ele recorda de um tempo em que a cidade estava em povoamento e em pleno desenvolvimento econômico. Empreendimentos como a fábrica da Souza Cruz, a construção da Estação Ferroviária, o quartel, o hospital denotavam o crescimento da zona norte do município. No livro ele conta de um tempo em que o território da cidade tinha limites de desenvolvimento urbano bem definidos, a cidade se expandia para a zona norte. Quem morava nas proximidades do centro histórico eram os descendentes luzo brasileiros e após a rua 25 de julho os descendentes de alemães, poloneses, italianos. Ele lembra que seu avó chamava de “Povo Velho” e “Povo Novo”.
Em sua infância morou no povo velho, mais tarde mudou-se para o “povo novo” e a expansão determinada pela chegada dos últimos imigrantes se tornou o fio condutor da nova obra “Santo Ângelo que eu conheci. Volume II. Mas ele aproveita o livro para realizar uma espécie de auto- biografia e também realizar um resgate da história de Entre-Ijuís, relaciona cerca de 40 personalidades que influenciaram na história da cidade e de algum modo também fizeram parte da sua vida.
Além disso, conta fatos e histórias da agricultura. Como as famílias da região se comportavam em relação as mudanças econômicas, climáticas e tecnológicas que influenciavam no cultivo de alimentos e cereais.
Rousselet é descendente de imigrantes franceses e chegou a Santo Ângelo com quatro anos de idade.Já escreveu dois livros, o primeiro deles leva o título “Santo Ângelo que conheci”, o segundo narra a perseguição aos colonos alemães e italianos na era Vargas e foi escrito em parceria com Helmut Rosenthal.
Ele conta que o avô Quirino era professor e secretário particular do Senador Pinheiro Machado, escrevia os discursos do político e participou da campanha republicana. Seu pai, Carlos José Rousselet, tinha relação com diversas pessoas na região no tempo em que não existiam rádios locais. Como caixeiro viajante que era, obtinha informações privilegiadas e neste trânsito, além do comércio de seus produtos, desempenhava a função de mensageiro de notícias econômicas e políticas.
Rousselt comemorou seus 88 anos na companhia de cinco filhos. Ele possui 15 netos e 12 bisnetos, apenas uma das filhas que mora em Brasília não pode comparecer na reunião familiar.

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