O quadro da Viação Férrea
Esse quadro iniciava ao norte com a divisa da fábrica Souza Cruz com o Frigorifico. Inclusive os terrenos onde foram construidos um prédio da antiga C.R.G e Receita Federal, seguindo na divisa com a Florêmcio de Abreu, onde tinha uma roleta na cerca e uma escadaria para chegar ao pátio da Estação, construida pelo saudoso Luiz Carlos Prestes. Seguia na divisa com a Florêncio de Abreu, seguindo até a Rua 25 de julho, pegando aquele terreno atrás do Correio, até o edificio Castelarin, fazendo frente com o terreno onde é o atual Mercado Rede Vivo. Nesses terrenos eram depositados os dormentes da Rede Ferroviaria. Havia também o armazém de mercadorias. A garagem de locomotivas já estava desativada na época, que ficava na esquina da Rua 25 de julho com a Rua Marquês do Herval. Ali tinha um desvio, em direção ao Mercado da Cotrisa para manobra de trens.
Na frente leste aproximadamente 50 metros abaixo da caixa de água de ferro, e de fabricação belga, havia uma cerca de arame liso, com palanques de ferro, no sentido Norte/Sul, demarcando limites do quadro da Viação Férrea. Após, em plena lomba, havia um potreiro com um grande gramado e capoeira. Já na area plana seguia um mato mais ou menos fechado, no meio do qual havia uma picadinha, com uma estradinha estreita que ia até o arroio Itaquarinchim. Ali tinha uma pinguela estreita, para atravessar até a outra margem, onde iniciava a emergente “Vila Pippi”. Segundo meu finado avô, Luisinho Nunes Pereira, profundo estudioso da lingua Tupy Guarani, Itaquarinchim significa “Rio da Pedra”.
O terreno onde foi construido o velho Fórum já não pertencia ao quadro da Viação Férrea. Diziam os filhos de alguns ferroviários, como Itamar e outros, ou seu irmão Juvencio que ao norte na saida da pinguela no outro lado da sanga, no meio do mato, aparecia uma “Velha de Branco”. Outros relatos diziam que ali aparecia uma espada luminosa, brilhando no ar, e que se enterrava no barranco.
A maioria dos moradores tinha medo de atravessar a misteriosa “pinguela”, principalmente durante a noite. Os trilhos iam até a Rua 25 de julho, com a esquina da Rua Marquês do Herval, onde ficavam as garagens da locomotivas do Batalhão Ferroviário, comandado pelo Capitão Luiz Carlos Prestes.
Foram desmanchadas para construir o Cinema Municipal que sucedeu o Cinema Apolo. Na época ali se chamva Praça da Lagoa. O quartel do Batalhão Ferroviário ficava na Travessa Mauá, em cima de um barranco, onde o prédio era de madeira.