Quarta-feira- 29/06/2011

A miséria na Copa 2014 Os miseráveis no país somam 33% da população e têm renda mensal abaixo de R$ 79,00. A erradicação da pobreza seria possível com...

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A miséria na Copa 2014

Os miseráveis no país somam 33% da população e têm renda mensal abaixo de R$ 79,00. A erradicação da pobreza seria possível com a contribuição mensal de R$ 14,00 de cada brasileiro que está acima da linha de pobreza, o que daria um montante de R$ 2 bilhões por mês para investimentos em programas sociais. O cálculo consta do Mapa do Fim da Fome II, divulgado na semana passada pela Fundação Getúlio Vargas, Sesc Rio e pela Organização Não-governamental Ação da Cidadania.
O estudo localiza a miséria em cada unidade da federação. Detalha as condições socioeconômicas e mostra que a pobreza agora se espalhou pelas grandes cidades, enquanto na década passada estava concentrada nas periferias. “As grandes cidades foram atingidas pela crise social dos anos 1990 e agora faltam políticas públicas integradas para resolver os dois principais problemas, que são a violência e o desemprego”, avalia o economista Marcelo Nery, coordenador da pesquisa.
O estudo mostra a relação direta do desemprego com a fome e a pobreza. Nas favelas do Rio de Janeiro, o índice de desemprego atinge 19% da população. No Estado, a taxa é de 9%.
Ainda sobre as favelas cariocas, a pesquisa destaca que a Rocinha, a maior da América Latina e palco da guerra de traficantes de drogas nos últimos anos, tem o nível de escolaridade mais baixo do Rio e a quarta menor renda da cidade.
As bolhas de miseráveis parecem ter paredes de aço no país. Parecem inexpugnáveis. Elas sobrevivem intactas, indiferentes aos progressos que o país experimenta a sua volta. Não regridem sequer diante de fenômenos sociais que em outros países e situações históricas foram decisivos para derrotar a pobreza. Entre esses fenômenos está a mobilidade social. O Brasil é um campeão da especialidade – mas nem isso adiantou para bulir com as estatísticas da pobreza absoluta.
O fato é que a tendência é esta miséria aumentar até a Copa do Mundo em 2014, embora existam os programas sociais de combate à pobreza, mas ainda são gotículas comparadas a um oásis que assola o nosso país há muitas décadas. Enquanto isso em Brasília/DF…

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