Sábado – 26/03/2011

Você conheceu o Hotel Moderno? Eu não conheci e desconhecia sua existência em nossa Los Angeles. Pois o santo-angelense Antônio Carlos Rousselet me conta que a primeira destinação...

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Você conheceu o Hotel Moderno?

Eu não conheci e desconhecia sua existência em nossa Los Angeles. Pois o santo-angelense Antônio Carlos Rousselet me conta que a primeira destinação do prédio número 1.600 da Rua Florêncio de Abreu, agora posto à venda,  foi para o Hotel Moderno, de Custódia Birck. Isso lá pelo início da década de 1920, quando o belo prédio de dois pisos foi construído por Remígio Aita. Na sacada do imóvel constam as iniciais RA, que sempre me despertaram curiosidade. Pois agora o Rousselet, um dos últimos conhecedores da vida santo-angelense, me decifra o enigma: as iniciais correspondem a  Remígio Aita, sócio de olaria com seu cunhado Gildo Castellarin, sendo que este teria sido o construtor do prédio da Prefeitura da Capital das Missões.
Poucos anos depois Aita (o amigo Guido Aita seria descendente dele?) transferiu residência para Porto Alegre. Gildo permaneceu entre nós, dando origem ao Bairro Castellarin e construindo com seus filhos Hércules, Joana (casada com Próspero Pippi) e Plínio, que foi candidato a deputado estadual, o Edifício Castellarin, na esquina da Marechal Floriano com a 25 de Julho. Lá pelas tantas, Remígio vendeu o prédio número 1.600 para o viajante comercial Carlos José Rousselet. Este locou o imóvel para Armindo Schiefferdecker, que deu seguimento ao ramo hoteleiro, sob o nome de Hotel Santo Ângelo. Perto da estação ferroviária e da rodoviária, de Henrique Schultz, então na Venâncio Ayres, o hotel teve anos de intenso movimento de hóspedes, mas depois encerrou atividades.
Com a volta de Carlos para o plano espiritual, os herdeiros filhos José Carlos, engenheiro-civil, e Antônio Carlos, industriário, decidiram que o prédio mudaria de destino: ao invés de hotel, apartamentos residenciais.
A reforma foi feita e os locatários foram se sucedendo. O engenheiro José Carlos foi embora para Belo Horizonte, tendo deixado o mundo físico há dois anos. Antônio representou o SESI entre nós por vários anos, dirigiu fábrica de adubos e presidiu a Associação Comercial, tendo inclusive participação no extinto Partido Libertador, do Raul Pilla, pregador incansável do Parlamentarismo. Hoje, o velho prédio quase centenário pertence à viúva e aos filhos de Hélio Bottaro, que desencarnou como oficial inativo do Exército. Assim é a rotina da vida no planeta. Os imóveis passando de mão em mão e a fila do desencarne não para nunca de andar. Em verdade, não somos donos de nada, sim meros usufrutuários. Os espíritos que mais padecem são os apegados aos bens deixados no cenário terreno. Quem puder ir se desapegando…
“60 CRÔNICAS” – A jornalista santo-angelense Roberta Dorneles Nunes, residente em Porto Alegre, publicou no Facebook palavras bondosas, animadoras, sobre meu livro que continua obtendo ótima receptividade entre os leitores. Eis o que escreveu a Roberta: “Oscar, recebi ontem do Francisco e da Jana, teu livro. Adorei. Leitura totalmente edificante. Cada linha, cada frase me remete ao passado, até mesmo a um passado que nunca vivi. Fico lendo e relembrando nomes, pessoas, ruas… uma crônica mais linda que a outra. É leitura obrigatória. Parabéns!”

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