Uma rica história de amor de Bianca Lorenzano e Ambroggio Madrassi

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A italiana Bianca Lorenzano conheceu no Brasil o seu esposo italiano Ambroggio Madrassi, o qual foi soldado de Benito Mussolini na II Guerra Mundial. Hoje, viúva, ela recorda com carinho as ricas histórias de seu amado combatente. Na Capital das Missões, na Rua Missões, reside na casa de fundos de seu filho, a “Dona” Bianca Maria Lorenzano, 74 anos, nascida em Roma (Itália), que acabou vindo com seus familiares para o Brasil em meados de 1950. Filha de Maria Aversa Lorenzano e de Luigi Lorenzano, Bianca veio para a América do Sul acompanhada de mais sete irmãos: Pedro, Marcos, Fernando, Geralda, Ana Maria, Rafaela e Lamberto.
Em território brasileiro, por ironia do destino, foi conhecer um caminhoneiro italiano, pelo qual ela se apaixonou e com ele casou, trazendo ao mundo dois filhos (Luiggi e Grazia), que lhe deram três netos (Vanda, Greice e Charis)  e um bisneto (Helden). “Minha mãe sempre dizia que eu tinha que casar com um italiano, mesmo já estando morando no Brasil”, conta.
O italiano por quem ela se apaixonou era Ambroggio Giovani Madrassi, nascido em Milão, em 18 de janeiro de 1925 (falecido em junho do ano passado), o qual esteve na II Guerra Mundial (1939 a 1945), combatendo pelo exército de Benito Mussolini. “O meu esposo lutou pelo exército italiano na II Guerra Mundial, na época de Mussolini, onde ele chegou ao posto de Tenente”, lembra.
Segundo Bianca Maria Lorenzano, o seu esposo veio para o Brasil em meados dos anos 1950. “No início ele veio para cá para trabalhar como mecânico, e logo começou a viajar como caminhoneiro. Foi quando o conheci na residência de minha mãe, em São Paulo/SP”, diz.
De São Paulo, o casal veio residir em Santo Ângelo no início de 1978, quando já estavam casados e já possuíam dois filhos. “Na Guerra o meu marido ficou com alguns resquícios, eis que acabou sendo ferido na perna por uma bala e na cabeça precisou colocar um pedaço de platina”, relata.
É raro um combatente que esteve na II Guerra Mundial, em pleno horror e pânico de uma luta estratégica, porém sangrenta, de possuir o hábito de relatar o que lá aconteceu. É de costume de muitos combatentes, por vezes querendo deletar da memória as terríveis lembranças, porém mesmo casada com Ambroggio, Bianca Maria só recorda de duas histórias inesquecíveis que ela contou a ela.
– “A primeira diz respeito a quando ele estava isolado, no meio da neve, com o uniforme molhado e passando muito frio, sem saber direito onde estava, e simplesmente ouviu miados de gatos. Primeiro achou que fosse alucinação, mas logo constatou que os gatos existiam, e eram quatro felinos. Neste momento, ele pegou os gatos e aqueceu eles e a si mesmo junto ao seu corpo. A outra história é quando ele se encontrava em uma trincheira e, surpreendentemente, avistou um soldado alemão. Este ergueu uma bandeira branca. Ao se comunicar com o mesmo, também solitário, percebeu que o mesmo passava fome. Foi quando serviu de sua própria marmita ao soldado alemão, ficando amigo do mesmo, em plena batalha entre os dois países”, lembra.
Hoje, Bianca reside com sua filha, nos fundos da casa de seu filho, e vive com a companhia, ainda, de dez gatinhos de estimação. Parece que o episódio envolvendo o seu marido na II Guerra a fez amar de vez os felinos.
A II Guerra Mundial –  Quando a Itália declarou guerra à Inglaterra e à França, em junho de 1940, só tinha munição para dois meses de combate. Mesmo assim, devido às vitórias obtidas pela Alemanha, Mussolini teve total apoio do rei Vítor Emanuel 3º e das Forças Armadas para entrar na Segunda Guerra Mundial ao lado de Hitler, pois todos acreditavam que a vitória do Eixo sobre os Aliados (Inglaterra, EUA e União Soviética) seria rápida.
Logo, nas ruas da Itália, a população começou a destruir os símbolos fascistas e a exigir a liberdade dos prisioneiros condenados pelo Tribunal Especial Fascista.

 

 

 

 

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