Confira os principais fatos que marcaram o ano de 2010

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O resgate

Um dos fatos marcantes de 2010 foi o resgate dos 33 mineiros no Chile. Após dois dramáticos meses, os 33 mineiros que ficaram presos em uma mina no norte do Chile são resgatados. Uma explosão soterrou os operários que foram descobertos vivos semanas depois graças a um bilhete preso a uma sonda enviada da superfície. “Estamos bem, no refúgio, os 33, dizia o bilhete. O episódio, que comoveu todo o mundo, foi acompanhado de perto pelo presidente Sebastián Piñera.

Eleições na Venezuela

Os venezuelanos foram às urnas no dia 26 de setembro e, se não impuseram uma derrota ao presidente Hugo Chávez, ao menos conseguiram dar mais força à oposição. O PSUV – partido de Chávez – ficou muito aquém de sua meta de alcançar a bancada de 110 deputados, que lhe daria a maioria de dois terços. O partido obteve apenas 98 dos 165 assentos. A oposição, unificada sob a legenda da MUD, por sua vez, ficou com 65 cadeiras, impedindo a plena maioria chavista. Nas eleições anteriores, de 2005, os opositores haviam boicotado o pleito, o que permitiu o controle dos partidários de Chávez por todo o período legislativo. A vantagem PSUV só foi obtida em razão do redesenho do mapa das circunscrições do país, aprovado no ano passado, que causou uma enorme distorção entre a votação nacional e a representação das forças políticas no Legislativo. De acordo com a apuração paralela da oposição, os partidos que se opõem a Chávez obtiveram 52% dos votos. Oriente Médio Após mais de um ano de paralisação, as conversas diretas de paz entre israelenses e palestinos é retomada graças à mediação dos EUA. As esperanças de que as partes chegassem a uma solução ao histórico conflito, porém, logo perdeu força com o fim da moratória que Israel havia decretado sobre a construção de assentamentos na Cisjordânia. O diálogo segue, mas à marcha lenta.

O caso da Iraniana

O caso da iraniana Sakineh Ashtiani elevou as discussões sobre a situação dos direitos humanos no Irã e sobre as punições previstas pela Sharia, a lei islâmica. Ela foi condenada em 2006 por manter relações com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a Sharia, também é considerado adultério. Ela foi condenada a 99 chibatadas. Depois, esta pena foi convertida em morte por apedrejamento. Em junho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional e desatou uma onda de protestos em apoio à iraniana. As autoridades de Teerã foram criticadas por conduzir investigações tendenciosas sobre o caso. A televisão estatal do Irã chegou a exibir supostas confissões de Sakineh, e no fim do ano transmitiu um documentário sobre o caso, no qual era feita a reconstituição do crime. A sentença de apedrejamento foi suspensa, mas ainda pode ser retomada pela Justiça. Um tribunal de apelações acrescentou ao caso a acusação de conspiração para o assassinato do marido, da qual ela continua condenada à morte por enforcamento. O presidente Lula chegou a oferecer asilo a Sakineh, mas a oferta foi rejeitada pelo governo iraniano, que disse não querer outros governos interferindo em seus assuntos internos.

Irã

Apenas um dia após Turquia e Brasil anunciarem um acordo de troca de urânio com o Irã, o Conselho de Segurança da ONU aprovou um quarto pacote de sanções contra a República Islâmica por não cooperar com as investigações sobre seu programa atômico. Apesar da resolução, o Irã anunciou diversos avanços em suas instalações de enriquecimento de urânio durante o ano.

Eleições no Reino Unido

Os britânicos viveram uma eleição histórica em 2010. Pela primeira vez, uma novo partido fez frente aos tradicionais conservadores e trabalhistas. Os liberais-democratas, liderados por Nick Clegg, apareceram como a terceira força política do país e se converteram no fiel da balança. O conservador David Cameron saiu vencedor, mas apenas graças à aliança feita com Clegg, e encerrou o mandato trabalhista de Gordon Brown. Foram as primeiras eleições em que houve debates televisivos no país.

Assinatura do Start

Rússia e EUA assinaram um novo Acordo de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês), pacto que substitui um antigo acordo do fim da Guerra Fria entre as duas potências e prevê a diminuição do arsenal nuclear de cada um dos países. O tratado foi comemorado pela comunidade internacional e tocou no tema das armas atômicas pouco antes de conferência que discutiriam o assunto.

Haiti

O Haiti, o país mais pobre das Américas, foi devastado por um terremoto de magnitude 7,0 no dia 12 de janeiro. Mais de 250 mil pessoas morreram e 1,3 milhão permanecem desalojadas por conta do desastre. Toda a comunidade internacional se mobilizou para ajudar as vítimas do tremor, mas o país ainda enfrenta os desafios da reconstrução. Em outubro, ainda se recuperando do desastre, o país ainda sofreu com um surto de cólera que matou mais de 2.500 pessoas.

Personalidades

Uma das principais vozes da ala mais conservadora do partido republicano, a ex-candidata à vice-presidência dos EUA e ex-governadora do Alasca, Sarah Palin, se tornou em 2010 uma das estrelas do Tea Party, a facção mais à direita que elegeu importantes deputados e senadores na eleição de meio de mandato que retirou dos democratas o pleno controle do Congresso. O ministro das Relações Exteriores de Israel é face pública da facção do gabinete do premiê Benjamin Netanyahu favorável à expansão dos assentamentos na Cisjordânia. Hugo Chávez viu seu prestígio popular cair. A violência urbana em Caracas e a crise econômica gerada pela queda no preço do petróleo derrubaram a aprovação ao presidente. O Brasil desenvolveu uma política externa agressiva este ano ao tentar mediar o acordo nuclear com o Irã. Lula também se ofereceu para receber a iraniana Sakineh Ashtiani, condenada a morte por Teerã. Antes de deixar o poder o presidente ainda reconheceu o Estado palestino, decisão que foi seguida por outros países da América Latina e criticada por EUA e Israel.

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