Beleza nas Missões com hora certa de apreciar

O linho é cultivado exclusivamente no Sul do Brasil e setembro é o mês de floração. A flor fica aberta até as 10h e proporciona um espetáculo para...

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Linhaça

Quem acorda cedo e pega a estrada pela manhã tem o privilégio de visualizar o colorido da cultura de linho. No mês de setembro as lavouras estão floridas e proporcionam um contraste de cores com hora certa para ocorrer. A flor lilás do linho, até às 10h, fica aberta e forma um campo colorido com peculiar contraste de cores, principalmente nas lavouras missioneiras, quando o sol aquece, a flor se fecha em sistema de proteção. É um privilégio para quem mora no sul do Brasil apreciar as tonalidades da natureza proporcionada pela arte de cultivar o linho e consumir a linhaça. Na região de Santo Ângelo a produção das lavouras é vendida a granel, transformada em óleo ou farinha.
O Sul do Brasil tem condições de clima favoráveis a produção de linho, pois essa cultura necessita de temperaturas baixas para seu desenvolvimento. De acordo com dados do IBGE (2010) quase 100% da produção de Linhaça está concentrada no Rio Grande do Sul.
Em Santo Ângelo estima-se que sejam plantados 700 hectares de linho sendo a produtividade média de 900 kg/hectare. Segundo a engenheira agrônoma da Emater, Marcia Dezen, a cultura da linhaça mostra-se como uma alternativa de rotação de culturas.
O valor do linho está associado tanto a utilização das fibras na indústria têxtil, quanto na culinária e cosmética, pois da linhaça (semente do linho) é extraído um óleo rico em Ômega 3, Ômega 6 e Ômega 9, ácidos graxos essenciais para o funcionamento do organismo. O óleo da linhaça é também usado no selamento de madeiras, tal como é o verniz. A indústria cosmética e farmacêutica de manipulação também utiliza o óleo da linhaça para fins diversos.
Segundo o Diretor da Giroil Agroindústria Ltda, uma das pioneira em processamento da linhaça na região, embora o consumidor tenha interesse em usufruir os benefícios deste alimento, não há suporte para escoar a produção dos pequenos e médios produtores, isso explica a reduzida quantidade área plantada. No caso específico da indústria da família, tudo que é processado na Giroil é plantado nas propriedades de Sr. Roque Dalla Vechia, proprietário da empresa.
A cotação da saca de linhaça ocorre próxima à colheita que se dá no fim do mês de outubro e início de novembro. Segundo Marcia Dezen, em relação às outras culturas tem se mostrado uma opção rentável aos produtores, no entanto seu maior benefício ainda é a rotação de culturas ao proporcionar uma diversificação no sistema de produção beneficiando desta forma o solo.

Do colorido de Carajazinho para a mesa dos brasileiros

Vera Dalla Vechia mostra a linhaça dourada pronta para o consumo
Vera Dalla Vechia mostra a linhaça dourada pronta para o consumo

 

A família Dalla Vechia mantém a sede de seus negócios na cidade de Entre-Ijuís e domina toda a cadeia produtiva, desde o cultivo até o processamento e venda final da linhaça. Em Carajazinho, Roque Dalla Vechia planta aproximadamente 100h e colhe 80 toneladas por ano. A metade da produção é vendida a granel e a outra metade é processada e embalada na indústria da família localizada na cidade de Entre-Ijuís, os produtos levam a marca Giroil e são distribuídos em todo o Brasil.
Para que o óleo contenha e conserve as propriedades naturais da planta e deste modo contribua para a nutrição humana, conferindo benefícios para as unhas, cabelos e pele, deve ser extraído a frio. Em outras palavras, a família Dalla Vechia faz a extração do óleo esmagando o grão, logo após embala e prepara o óleo em embalagens individuais que podem ser utilizadas diretamente na mesa das famílias, pois ele funciona como um ingrediente que agrega valor medicinal ao temperar saladas e outros alimentos a gosto da pessoa.
Além do óleo a Giroil também embala em porções individuais o grão para ser consumido in natura e também fábrica a farinha.

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