Imagem de um patrimônio cultural em São Miguel das Missões

Por Rodrigo Bergsleithner Jornalista e escritor   O ano era 1964. Iniciava no Brasil a ditadura militar. O país era comandado por Humberto de Alencar Castelo Branco. As...

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Por Rodrigo Bergsleithner

Jornalista e escritor

 

O ano era 1964. Iniciava no Brasil a ditadura militar. O país era comandado por Humberto de Alencar Castelo Branco. As Ruínas de São Miguel das Missões pertenciam a Santo Ângelo/RS. O município era administrado por Siegfried Ritter. Foi quando o Centro de Tradições Gaúchas – CTG Os Legalistas foi convidado a participar de um evento cultural com dimensão nacional à convite da Revista Manchete da Editora Bloch da cidade do Rio de Janeiro/RJ.

Na época, a Revista Manchete formalizou o convite ao CTG Os Legalistas, por meio do diretor Adolpho Bloch, a participar de um documentário e reportagem para este veículo de comunicação nas Ruínas de São Miguel (hoje, município de São Miguel das Missões/RS) no mês de setembro de 1964. O departamento artístico do CTG Os Legalistas se apresentou em frente às Ruínas de São Miguel, formando uma imagem fotográfica e cinematográfica que, mais tarde, virou trailler de cinema, cartão postal, calendário, folder e marcador de livros, traduzido para três idiomas (inglês, espanhol e francês) e que percorreu todo o território nacional.

A Revista Manchete realizava reportagens por todo o Rio Grande do Sul e a ideia de levar o departamento artístico do CTG Os Legalistas para as Ruínas de São Miguel teve o interesse publicitário de mostrar ao país um pedaço da história do Rio Grande do Sul. Era na primeira semana do mês de setembro de 1964, em um domingo ensolarado, quando partiu um ônibus da Praça Rio Branco (hoje, Leônidas Ribas) às oito horas da manhã, em direção à São Miguel das Missões pela estrada do Carajazinho, levando todo o grupo tradicionalista.

O Patrão da 3ª Região Tradicionalista era José Nepomuceno Martin e o casal patrão do CTG Os Legalistas era Maximiliano Bogo e Celeste Bogo. No departamento artístico, as presenças de Cenair Maicá, Leverdógil de Freitas, Matilde da Glória Rodrigues Martin, Rodolfo Ernesto Bergsleithner, Marilene Ignazacki, Ivo Vieira Arruda, Nilza Mattioni, Derli Martini, Carmem Martini, Nelma Mattioni, Adelque Maicá, Nerci Nascimento e Tadeu Mattioni.

A gravação de um pequeno videoclipe sobre os costumes gaúchos, com a presença do departamento artístico do CTG Os Legalistas nas Ruínas de São Miguel começou a ser exibido como trailler no Cinema Cisne no ano de 1964. Mais tarde, o trailler passou a ser veiculado em diversos cinemas do interior do Estado do Rio Grande do Sul e, também, em comerciais na televisão (Rede Manchete, Rede Globo e TVE/RS). Logo, o trailler já era notícia nos cinemas das capitais gaúchas e catarinense.

Da fotografia foi produzido um cartão postal que pôde ser encontrado durante duas décadas nas principais capitais brasileiras e nos países Uruguai, Paraguai, Chile e Argentina. Daquele turma que fazia parte do departamento artístico, surgiu o célebre músico Cenair Maicá, o consagrado ator de teatro e televisão Leverdógil de Freitas e o escritor tradicionalista José Nepomuceno Martin, o autor da famosa poesia “Cachaça”, além de outros 1000 fragmentos escritos como poesias e sonetos.

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