Sábado 18-12-2010

Questões históricasNa historiografia que coloca em evidência a agricultura brasileira, diversos autores preocuparam-se fundamentalmente com os aspectos econômicos, sociais e políticos da exploração levada a cabo na grande...

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Questões históricas
Na historiografia que coloca em evidência a agricultura brasileira, diversos autores preocuparam-se fundamentalmente com os aspectos econômicos, sociais e políticos da exploração levada a cabo na grande lavoura. Dentro desta perspectiva, encontramos várias considerações acerca dos métodos de cultivo do solo. Os historiadores observam que o amanho da terra era feito de maneira tradicional, rotineira, de coivara, derrubada e queimada da floresta para a abertura de novos campos de cultivo, a aplicação maximizada do sistema indígena de agricultura e que levava à degradação do solo, queda de produtividade e exaustão da terra. Apesar desses historiadores estarem corretos, no final do século XIX e início do XX, diversos agricultores se preocuparam com a exploração da terra feita pelos métodos utilizados na agricultura brasileira, se instruíram e desejaram uma modernização ou modificação da lavoura e exploração agrícola em diversos níveis, demonstrando um conservacionismo incipiente. Durante o século XIX, principalmente depois das décadas de 1820-30, parte da sociedade brasileira, nas províncias do Rio de Janeiro, fundamentalmente, começaram a notar os efeitos da lavoura de derrubada e queimada das florestas, questionavam-se sobre as nuvens de fumaça produzida por essas queimadas e que tapavam o sol de dia e de noite as estrelas. Além disso, começaram a relacionar as secas periódicas e a mudança do regime de chuvas a esse procedimento de abertura de novos campos ao cultivo do café no Vale do Paraíba. Esses fatos causavam uma baixa produtividade das culturas alimentares, o que fazia com que os preços dos alimentos aumentassem na capital do Império, e fosse notado pela maioria dos habitantes em diversas oportunidades. A partir das décadas de 1850-70, as críticas com relação à degradação do meio ambiente já eram senão vulgarizadas na sociedade, ao menos eram, mais comuns. Foram organizados alguns institutos que levavam mais em conta a produção e análise científica do homem e a natureza, bem como os possíveis efeitos da exploração do ambiente na sociedade, na economia, no presente e no futuro. Dito isto, encontramos nas revistas de agricultura, neste caso falando, na Revista Agrícola, órgão de publicidade da Sociedade Paulista de Agricultura (SPA), sociedade representante dos cafeicultores de São Paulo, reiteradas manifestações sobre uma possível modificação da agricultura para os editores e autores que escreviam na revista, a implantação da chamavam de moderna agricultura, agricultura científica, ou agricultura racional e inteligente.

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