Quarta-feira 13/06/12

O velhinho E o velhinho era bom naquilo que fazia. Sabido como ele só, do alto dos seus oitenta e tantos anos, sempre tinha uma resposta na ponta...

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O velhinho

E o velhinho era bom naquilo que fazia. Sabido como ele só, do alto dos seus oitenta e tantos anos, sempre tinha uma resposta na ponta da língua para as perguntas que lhe faziam. E no final de suas respostas, sempre completava com a seguinte frase: – Eu morro e não vejo tudo. E assim o velhinho ia levando a sua vida, observando e quando solicitado, dando a sua opinião.

Pois um belo dia uma senhora da vizinhança andava pregando a moral e os bons costumes de forma invasiva, agindo por julgamentos. Repreendia o pobre ancião pelo fato dele nunca ter se casado. Andava espalhando que ele era louco. Entretanto, quando falou isso ao velhinho, questionando os seus motivos de ser uma pessoa sozinha, acabou ouvindo um dos maiores ensinamentos de sua vida.

O velhinho deu esta resposta: – A senhora tenha a decência de cuidar de sua vida. O macaco cuida muito o rabo do outro não percebendo que o seu está atravessando a estrada de tão grande. Sinceramente dona, eu morro e não vejo tudo.

Outro dia, sentado na sombra, chimarreando as lembranças, instigado pelo fato ocorrido com a vizinha, o velhinho divagou sobre como as pessoas vivem aprisionadas na opinião dos outros. O pior é que acabam não vivendo as suas vidas, desperdiçando momentos e oportunidades de estar ao lado das pessoas amadas.

Nestes longos anos de existência do ancião, ele tinha visto muita coisa, como, por exemplo, casais se separarem por intrigas e fofocas, pais de família perdendo o emprego por mentiras, mulheres honestas vivarem meretrizes por desilusão. Até mesmo alguns jovens desacreditar do futuro por conta de traições.

E sempre tinha uma voz que dizia, não tem mais jeito, à humanidade está perdida. Mas não, o velhinho não perdia a sua fé na humanidade.

Existem pessoas boas neste mundo. A receita para todos viverem em paz é simples, cada um devia cuidar da sua vida e deixar a do outro, afinal de contas dizia o sábio homem, cada um é o autor do seu próprio destino.

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