Apicultores realizam treinamento de qualificação em Santo Ângelo

O curso que vai até quinta-feira ocorre no Sindicato Rural com um grupo cadastrado no programa municipal de apicultura e ministrado pela especialista em abelhas africanizadas e instrutora...

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Angélica de Almeida Lara - Foto: Marcos Demeneghi
Angélica de Almeida Lara – Foto: Marcos Demeneghi

Indústria de beneficiamento de mel implantará base na região e agricultores interessados em produzir mel realizam um curso sobre apicultura ofertado por meio de uma parceria entre Senar, Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Secretaria de Desenvolvimento Rural, braço da administração municipal. O curso se estrutura em duas etapas, uma delas, sobre o manejo das abelhas e a segunda, sobre a colheita (extração) do mel e suas especificidades.

Este treinamento também está associado ao crescimento do setor de beneficiamento do mel com a instalação da Indústria Maxibem, os responsáveis por este empreendimento se reuniram com representantes da Administração Municipal e manifestaram o interesse de trabalhar com apicultores do município, foi assim fortalecido o Programa Municipal de Apicultura. Neste sentido foi possível articular com as entidades parceiras o curso. que envolve o Senar, Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais. A planta da indústria está sendo construída em Porto Mauá, mas estima-se que a capacidade de exportação do produto demandará o crescimento da produção em toda a região.


Mais detalhes sobre o curso

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“No curso desta semana nos não vamos falar sobre mel, mas sim, assuntos necessários para preparar a colmeia para produzir o mel”, explicou Angélica, informando que será feito um segundo treinamento previsto para ocorrer em meados de janeiro, nesta segunda etapa o assunto principal será o mel, afinal, esta época do ano não é de colheita do mel, ou seja, as colmeias ainda estão se estruturando e a extração inicia entre os meses de outubro e novembro em diante.

Angélica explicou ainda que “para a produção de mel em escala comercial não temos abelhas de raças puras no Brasil”, mas sim, uma abelha africanizada que resultou do cruzamento de três raças, duas europeias e uma africana. Nas melhores condições de clima e manejo a espécie produz de 30 há 40 quilos por ano, contudo, é deste tipo de abelha que o curso trata.

Na opinião desta especialista, um dos maiores problemas de morte de abelhas ou improdutividade está relacionado à falta de manejo adequado das colmeias. Explica que, como qualquer outra espécie de ser vivo, a abelha precisa ser cuidada em suas necessidades de alimento, calor, umidade… Pois são estes manejos que garantem a saúde e produtividade da colmeia. Entre os cuidados destacam-se aqueles relacionados com a alimentação durante o inverno e a exposição a umidade, quando a este último fator relata que está muito relacionado ao tempo de sol que as colmeias estão expostas e conhecer o trato com este ser vivo se faz imprescindível, pois evita que fungos e bactérias ataquem as comunidade e prejudiquem a espécie.

Nesta semana, até quinta-feira, dia 30, a especialista em apicultura Angélica de Almeida Lara, com mais de 20 anos de experiência em apicultura, trata sobre a ‘biologia da abelha’, dimensionamento de colmeias, plantas melíferas, localização de colmeias, equipamentos de proteção individual… e também ministra aulas práticas, pois o curso prevê observação da teoria em campo, trabalho que será feito no terceiro e quarto dias de curso, quando a colmeia será manejada e os alunos devem observar os ovos, larvas, saber identificar abelhas operárias, rainha, zangões, etc.

Angélica de Almeida Lara é instrutora do SENAR há oito anos, mas sua experiência excede 20 anos, estuda o tema desde a graduação em agronomia realizada pela UPF, se tornou professora e pesquisadora do assunto e atualmente ministra cursos em todo o Rio Grande do Sul. Observa que no sul do estado, onde predomina a pecuária, a apicultura está mais desenvolvida, tendo em vista que, a produção de mel se torna uma opção para os locais onde o gado é tratado, inclusive com o plantio de espécies floríferas que podem alimentar o gado e fornecer o pólen para as colmeias.

Abertura do curso no Sindicato Rural de Santo Ângelo
Abertura do curso no Sindicato Rural de Santo Ângelo

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